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Uma pesquisa do Ministério da Saúde concluiu que mais da metade dos brasileiros de dezesseis a vinte e cinco anos têm o vírus do HPV.Mais de sete mil e quinhentos (7.586) jovens, entre 16 e 25 anos de idade, foram entrevistados em todas as capitais do país. 54,6% deles têm HPV (human papiloma virus). Os dados também mostram que em 38,4 % dos casos, o vírus é associado a alto risco para o desenvolvimento do câncer de boca, pênis e, principalmente, do colo de útero."Esse efeito desse vírus ele se dá especialmente no colo do útero causando alterações que, mais tarde, podem vir a desenvolver um câncer do colo de útero", diz Adele Benzaken, diretora do departamento de Vigilância do Ministério da Saúde.O estudo inédito foi elaborado no hospital Moinhos de Vento, de Porto Alegre, a pedido do Ministério da Saúde. O objetivo agora é criar um banco de dados para, no futuro, medir o impacto da vacinação contra o HPV no país."Várias pessoas que vão ter contato com esse vírus nunca vão apresentar sintomas durante a sua vida", diz Eliana Wendland, médica epidemiologista do hospital Moinhos do Vento.O vírus pode ser transmitido pelo sangue, roupas, objetos contaminados, pelo beijo ou durante o parto. Mas a principal forma de contagio é pela relação sexual. A pesquisa apontou que apenas 51% dos entrevistados disseram usar preservativo com frequência."Os jovens estão reduzindo o uso do preservativo e essa redução é exatamente nessa faixa etária em que estamos verificando maior aumento de HIV, maior aumento de infecção pelo HPV", explica Adele.Além do preservativo, a vacina também é importante na prevenção ao HPV. Ela está disponível nos postos de saúde e deve ser aplicada antes mesmo de iniciar a vida sexual, a partir de 9 anos para as meninas e 11 para os meninos. Mas quem já tiver mais idade e nunca se contaminou também pode buscar essa prevenção. É o caso da Chaiany Ferret Flach, que tem 24 anos."Minha família tem histórico de câncer do colo de útero. Então pra mim é muito importante por causa disso", diz a estudante. "A vacina está aí, é gratuita e consegue sim evitar a infecção por HPV", completa Adele.
Não há nada de agradável na posição de alguém que está esperando para saber se tem câncer ou não.E, para piorar, é quase impossível escapar dessa dúvida sem a temida biópsia.Sempre invasiva e quase sempre dolorida, a biópsia é o exame que retira um pedacinho de uma massa suspeita – que pode ou não ser um tumor – para entender o que diabos é aquilo, e definir quais serão os próximos passos do preocupado paciente.Para ser totalmente justa com a biópsia, ela é a melhor no que faz. Hoje, não existe forma mais segura e a mais certeira de definir o melhor rumo quando há suspeita de uma doença tão complexa quanto o câncer. O que, é claro, não torna o exame mais agradável.Mas uma alternativa – razoavelmente indolor! – pode estar próxima. A Universidade Duke dedicou um bom par de anos aperfeiçoando uma técnica ambiciosa: combinar ondas sonoras e exames de sangue para criar uma “biópsia líquida” supereficiente.Biópsias líquidasCâncer que pode ser detectado por exame de sangue sempre vira notícia – como você comprova aqui, aqui e aqui.O motivo é simples: isso é extremamente difícil de fazer. Câncer não é uma doença, são várias. E, por isso, cada exame vai ser criado, a duras penas, para detectar uma punhada deles – e só.Criar uma “biópsia líquida” é ainda mais difícil. Quando você tem um pedaço do tumor para analisar, geralmente consegue um monte de informações vitais não só para diagnóstico, mas também para tratamento. Informações que não costumam estar fluindo pelas veias de ninguém.A exceção à essa regra são as CTCs: células tumorais circulantes. São pedacinhos de tumor que se desprendem e caem na corrente sanguínea. Eles são fundamentais para que o câncer se espalhe e estão na raiz das metástases.Quando CTCs começam a aparecer com mais facilidade em exames de sangue, é porque a coisa ficou feia e o câncer provavelmente já progrediu bastante.Mas muito antes que o câncer comece a se espalhar, já existem CTCs no sangue. Elas só são muito mais raras e difíceis de detectar – coisa de meia dúzia a cada bilhão de células sanguíneas.
Começou o Outubro Rosa e o Bem Estar desta segunda-feira (1) falou sobre câncer de mama. Convidamos o presidente da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica Sérgio Simon e o presidente da Sociedade Brasileira de Mastologia Antônio Frasson para falar sobre o câncer de mama, sintomas, tratamentos, prevenção e diagnóstico. Câncer de mama O câncer de mama é o tipo de câncer mais comum entre as mulheres no mundo e no Brasil. Ele não tem uma causa única. São vários fatores que podem aumentar o risco de desenvolver a doença, como fatores endócrinos/história reprodutiva, fatores comportamentais/ambientais e fatores genéticos/hereditários.Mulheres mais velhas, sobretudo a partir dos 50 anos, são mais propensas a desenvolver a doença, mas isso tem mudado. Houve um aumento na incidência de câncer de mama em mulheres jovens na última década. Em mulheres com menos de 35 anos, a incidência no Brasil hoje está entre 4% e 5% dos casos. Sintomas A principal manifestação da doença é o nódulo (caroço), fixo e geralmente indolor. Ele está presente em cerca de 90% dos casos quando o câncer é percebido pela própria mulher. Pele da mama avermelhada, retraída ou parecida com casca de laranja também é sintoma, assim como alterações no mamilo. Fique atenta também se aparecer algum nódulo na axila ou no pescoço e a qualquer saída de líquido anormal das mamas. Vale lembrar que grande parte dos casos são assintomáticos. As mulheres devem procurar imediatamente um serviço para avaliação diagnóstica ao identificarem alterações persistentes nas mamas. Autoexame O autoexame deve ser praticado mensalmente entre o 7º e o 10º dia contados a partir do 1º dia da menstruação. As mulheres que não menstruarem devem escolher um dia do mês.
Mama - Para examinar a mama esquerda, coloque a mão esquerda atrás da cabeça e apalpe com a mão direita. Para examinar a mama direita, coloque a mão direita atrás da cabeça e apalpe com a mão esquerda.
Mamilo - pressione os mamilos suavemente. Verifique se há alguma secreção.
Axilas - após examinar as mamas, apalpe toda a área debaixo dos braços.
Hereditariedade Se alguém na família teve câncer de mama, você também pode ter? O Bem Estar contou a história da família da empresária Socorro Silveira. Ela é a quinta das cinco irmãs a encarar o câncer de mama. A primeira foi a Maria do Carmo, a mais velha, que morreu por causa de complicações da doença, 22 anos atrás. A Fátima ainda se recuperava da perda da irmã quando recebeu o diagnóstico.Depois dos primeiros casos, as outras irmãs passaram a fazer exames regulares. Isso ajudou a Olímpia a descobrir o câncer logo no início. Pela idade, Cândida deveria ter sido a última a ter a doença, mas furou a fila e também foi diagnosticada. O câncer de mama de origem hereditária representa de 5% a 10% dos casos da doença no país. A explicação é uma mutação nos genes. “Acontece na célula germinativa e é passada de geração em geração. Então um filho de um portador com a mutação tem a chance de herdar 50%”, explica a mastologista Cláudia Studart.Cada paciente representa uma família inteira em risco. A partir daí essas famílias têm que ter um acompanhamento médico e um aconselhamento genético. Diagnóstico O diagnóstico precoce é fundamental no tratamento contra qualquer tipo de câncer. A realização anual da mamografia para mulheres a partir de 40 anos é importante para que o câncer seja diagnosticado precocemente.Autoexame: o autoexame é muito importante para que a mulher conheça bem o seu corpo e perceba com facilidade qualquer alteração nas mamas e assim procure rapidamente um médico. Vale lembrar que o autoexame não substitui exames como mamografia, ultrassom, ressonância magnética e biopsia, que podem definir o tipo de câncer e a localização dele. Prevenção A prevenção do câncer de mama não é totalmente possível em função da multiplicidade de fatores relacionados ao surgimento da doença e ao fato de vários deles não serem modificáveis.De modo geral, a prevenção baseia-se no controle dos fatores de risco e no estímulo aos fatores protetores. Alimentação, controle do peso e atividade física podem reduzir em até 28% o risco de a mulher desenvolver o câncer de mama. Também deve-se evitar o consumo de álcool e tabaco. Tratamento O câncer de mama tem pelo menos quatro tipos mais comuns e alguns outros mais raros. Por isso, o tratamento não deve ser padrão. Cada tipo de tumor tem um tratamento específico, prescrito pelo médico oncologista. Apoio A FEMAMA – Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama – é formada por 74 associações de pacientes em todas as regiões do Brasil capazes de fornecer suporte em diversas frentes.